Desde que o governo Bolsonaro incluiu na terrível reforma da Previdência o fim do direito dos gráficos de continuarem recebendo abono salarial do PIS, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da categoria (Conatig) tem alertado o Congresso Nacional para o prejuízo financeiro da medida contra os empregados que recebem o piso salarial da classe. A Câmara Federal não levou em conta a destruição do PIS para os gráficos do País, mas o Senado, na última semana, levou em conta o alerta da Conatig. Os senadores rejeitaram o fim do PIS para o profissional que ganha até dois salários mínimos. Pela reforma, só manteria para quem ganha um salário.
“Embora o maior prejuízo da reforma previdenciária continua, posto que a maioria dos senadores aprovou a destruição da aposentadoria de todos os trabalhadores brasileiros, e aposentadoria especial dos gráficos, houve uma pequena derrota do governo Bolsonaro que queria a destruição do abono salarial do PIS do gráfico e outras categorias onde o piso é superior ao salário mínimo nacional”, diz Leonardo Del Roy, presidente da Conatig. Portanto, acrescenta o sindicalista, é preciso comemorar toda vez que tal governo for derrotado onde quer que seja porque Bolsonaro e seguidores só fazem leis contra os trabalhadores, mesmo tendo sido eleitores deles.
Em votação de 1ª turno da reforma previdenciária, os senadores barraram da proposta de Bolsonaro o fim do abono do PIS de quem ganha até dois salários mínimos. “Se isso não tivesse ocorrido, a grande maioria dos 85 mil gráficos paulistas, onde 80% recebem um piso salarial de cerca de R$ 1,7 mil, deixariam de receber abono anual no valor de um salário mínimo. O mesmo aconteceria com os trabalhadores gráficos de todo o Brasil, pois estes recebem mais de um salário mínimo e até dois salários mínimos.
“Desde o 1º momento que tomamos conhecimento de que o governo iria aproveitar a reforma da Previdência para atacar outros tipos de direito do trabalhador, acionamos, através de ofícios, os deputados e senadores. A nossa intenção era que fosse rejeitada toda reforma previdenciária, dada a injustiça social. A reforma, por exemplo, mantém privilégios para ricos e amplifica a retirada de direitos da aposentadoria, pensões e outros direitos previdenciárias para o trabalhador, aposentado e pensionista pobre”, diz.
Portanto, a Conatig critica o Senado pela manutenção da quase totalidade da reforma da Previdência, mas também parabeniza pela retirada do fim do abono do PIS para a maioria dos gráficos brasileiros. “O PIS funciona como um 14º salário para o conjunto dos trabalhadores. Pode ser pouco para Bolsonaro e muitos políticos, mas não é para quem ganha até dois salários”, frisa Del Roy, celebrando a derrota do governo nesta questão e a vitória de milhares de gráficos que continuarão recebendo este direito.