Na última quarta-feira (21), teve um incêndio no parque gráfico do jornal Estado de Minas, inviabilizando a rodagem, sendo preciso a intervenção dos Bombeiros. O jornal precisou ser impresso em Brasília. O problema agora é se os 60 gráficos terão segurança para voltar a laborar no local. O Sindicato da classe (STIG) já orientou a categoria para só retomar se houvesse a liberação dada pelo Corpo de Bombeiros através de laudo. Independente disso, a entidade iniciou os trabalhos junto à classe para ampliar a conscientização deles sobre a maior organização em torno do sindicato para pressionarem a empresa por mais segurança no trabalho.
O nível de unidade dos gráficos do Estado de Minas junto ao STIG tem sido importante, mas pode crescer. Um terço ainda não é associado. “Todavia, com os 44 trabalhadores sindicalizados, o sindicato conseguiu atuar inclusive na questão de falta de ergonomia e referente ao barulho dentro do parque gráfico”, conta José Aparecido, diretor sindical. Porém, o dirigente releva que muitos têm sido os desafios vividos pela categoria, onde a maioria dos profissionais são antigos na empresa, dando anos de suas vidas para garantir os lucros do jornal. Portanto, a empresa precisa garantir mais segurança e um melhor ambiente de trabalho para todos.
Contudo, a lista de irregularidades e luta sindical e dos trabalhadores no jornal é grande. A empresa, por exemplo, está sendo processada pelo STIG porque deixou de pagar o obrigatório direito do trabalhador relativo ao valor adicional de 30% das férias. Também não tem recolhido mais o FGTS mensal dos gráficos, afrontando a legislação fundiária do Brasil. Até o plano de saúde dos funcionários convive com suspensão por falta de pagamento por parte do Estado de Minas, sendo preciso a intervenção sistemática do sindicato para contornar mais esta absurda precariedade.
Apesar da situação, enquanto continua indefinido o retorno da impressão no parque gráfico do jornal, Aparecido não acredita que os profissionais correm risco de perder o emprego. “Como o Estado de Minas enfrenta problemas financeiros e a maioria dos gráficos tem muito anos de casa, não acredito em demissões, pois faltará dinheiro à empresa para honrar com as suas obrigações legais”, analisa o sindicalista. Contudo, neste momento, o sindicato acompanha a situação para que a integridade física dos trabalhadores seja garantida, assim, ninguém deve voltar ao trabalho sem a liberação dos Bombeiros, e, na sequência, prévia análise da classe.